SÍNDROME DE BURNOUT
A síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo), também chamada
de síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista
nova-iorquino Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.
A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout,
mas não a única.
O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase
importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de
realização e sucesso profissional. O que tem início com satisfação e prazer termina
quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, a necessidade de se
afirmar e o desejo de realização profissional transformam-se em obstinação e
compulsão; o paciente nesta busca sofre, além de problemas de ordem psicológica, forte desgaste físico, gerando fadiga e exaustão. É uma patologia que atinge membros da segurança pública, da saúde pública, setor bancário e da educação.
A Fadiga Adrenal.
A ciência moderna não reconhece a fadiga adrenal como uma síndrome distinta. Não obstante, ela pode provocar a destruição na nossa vida. Nos casos mais sérios de fadiga adrenal, a atividade das glândulas adrenais está tão diminuída que a pessoa pode ter dificuldade em sair da cama por mais de umas poucas horas por dia. Com cada incremento ou redução da função adrenal, todos os órgãos e sistemas do nosso corpo ficam afetados de forma mais profunda.
A Fadiga Adrenal é uma representação fisiológica do processo psicológico de esgotamento… “burnout”.
A fadiga adrenal constitui-se como uma coleção de sinais e sintomas conhecidos como “síndrome”. As pessoas com fadiga adrenal normalmente parecem e agem de forma relativamente normal. Podem não apresentar sinais óbvios de doença física, contudo não estão bem e vivem com uma sensação geral de ausência de bem-estar geral ou sentimentos “cinzentos”. Normalmente bebem café, bebidas gaseificadas (refrigerantes açucarados) e outros estimulantes para se ativarem de manhã e para se ampararem durante o dia. A ânsia por comidas salgadas é outro sintoma frequente.
Hipoadrenia:
Etimologicamente a palavra “hipo” significa baixo e adrenia está relacionado com as adrenais e é uma deficiência no funcionamento das glândulas adrenais (supra-renais). As glândulas suprarenais com um funcionamento normal segregam quantidades precisas e equilibradas de hormônios esteróides. Mas, uma vez que elas foram concebidas para responder de forma muito sensível às mais pequenas variações no nosso meio físico interno, seja devido ao desgaste psicológico, emocional, ou físico, acabam por estar sob a influência de uma quantidade elevada de fatores que intervêm neste equilíbrio delicado. Isto significa que elevados índices de stresse físico, emocional ambiental e/ou psicológico pode depletar as glândulas supra-renais, causando uma diminuição na liberação de hormônios adrenais, particularmente o cortisol. Esta diminuição da atividade adrenal (hipoadrenia), resultante da fadiga adrenal, pode alcançar níveis de severidade tais que oscilam dentro de valores de zero a quase normal.
Quais os sinais e sintomas que nos permitem identificar a fadiga adrenal?
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Dificuldade em se levantar de manhã;
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Fadiga contínua não aliviada pelo sono;
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Desejo intenso por comidas salgadas ou por sal;
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Letargia (Falta de energia);
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Esforço acrescido para desenvolver as atividades diárias;
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Diminuição do impulso sexual;
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Tempo mais prolongado para se recuperar de uma doença, ferida ou trauma;
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Tonturas quando se levanta rapidamente;
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Depressão leve;
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Menor satisfação e alegria com a vida;
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Aumento dos sintomas pré-menstruais;
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Os sintomas aumentam caso se pule refeições ou estas são inadequadas;
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Menor capacidade de focar pensamentos (concentração), pensamentos mais difusos;
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Falhas de memória;
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Diminuição da tolerância;
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Diminuição da produtividade.
A FADIGA ADRENAL É RECONHECIDA COMO DOENÇA?
A fadiga adrenal não é reconhecida como uma doença distinta e qual o problema com a interpretação laboratorial standard que o não permite reconhecer e identificar?
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A maioria dos testes laboratoriais foram concebidos para detetar estados de “doença” no corpo humano e a fadiga adrenal não é uma doença por si.
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Existem testes de urina e sangue que detectam a hipoadrenia mas exigem um treino especial na interpretação.
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Um outro problema relaciona-se com o fato dos testes laboratoriais serem definidos e normalizados segundo normas estatísticas em vez de normas fisiológicas ótimas. Ou seja, os resultados dos testes baseiam-se na matemática em vez de sinais e sintomas (distribuição probabilística média). Ou seja, apenas os valores extremos, mais elevado e menos elevado, são considerados fora do normal (5%), enquanto os restantes 95% são considerados dentro desse normal. Porém, dentro destes 95% existem enormes variações nos níveis de função adrenal a qual é desconsiderada em termos Clínicos.
SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO DE SELYE:
Estágios de fadiga adrenal:
Síndrome geral de Adaptação de Selye.
Alguns Sistemas afetados:
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Metabolismo dos hidratos de carbono
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Metabolismo das proteínas,
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Equilíbrio dos fluidos eletrolíticos,
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Equilíbrio dos sistemas cardíaco e cardiovascular
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Alterações a nível do vigor sexual.
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Muitas outras alterações acontecem a nível bioquímico e celular.
PERFIL DE FADIGA ADRENAL
PADRÃO #1: FASE LONGA DE RESISTÊNCIA SEGUIDA PELA FADIGA ADRENAL: padrão comummente referido como o “Homem/Mulher de Ferro”. Perfil de indivíduo que nada parece perturbar. Mantêm um padrão de resistência a maior parte das suas vidas, sendo quase capazes de lidar com todo o tipo de situações que a vida proporciona. Normalmente permanecem num estado de resistência até fases tardias da vida momento em que a idade diminui a sua função adrenal. Pode acontecer, numa determinada fase da vida, um evento, acidente ou rotura emocional que precipite a fadiga adrenal. Apesar disso ainda conseguem recuperar e lidar com a vida e o stresse.
PADRÃO #2: UM ÚNICO STRESSOR SEGUIDO PELA FADIGA ADRENAL: Este é o tipo de fadiga adrenal que pode acontecer nas pessoas depois de um único episódio stressante. Este padrão assemelha-se ao anterior exceto no fato de não existir fase de resistência. Existe a reação típica de alarme e recuperação, no entanto apenas se dá uma recuperação parcial. Estas pessoas nunca recuperam na totalidade. Em vez de progredirem para a fase de resistência, os seus níveis de cortisol permanecem abaixo da média, mas num nível suficientemente alto que lhes permite funcionar sub-marginalmente lidando com muitos dos sintomas de fadiga adrenal.
PADRÃO #3: RECUPERAÇÃO PARCIAL RECURSIVA SEGUIDA DE FADIGA ADRENAL RECORRENTE: acontece quando um indivíduo experimenta uma série de acontecimentos stressantes ao longo do tempo que mantém as suas adrenais continuamente super-excitadas até que finalmente, num determinado momento das suas vidas as suas adrenais ficam cansadas e não recupera as energias. Passam por ciclos repetidos de resistência e exaustão depois de um choque inicial ou reação de alarme mas depois de cada episódio conseguem regressar ao estádio de resistência e funcionar com níveis de cortisol acima da média. Estas pessoas podem viver vários anos num estado de resistência até que um evento cujo impacto seja elevado ou devido a um conjunto de acontecimentos de vida que criem um estímulo superior à sua capacidade de lidar, deixam de conseguir ultrapassar a fase de recuperação. Contudo, em muitos destes pacientes, normalmente de meia-idade, existe um agente stressor maior, depois do qual não conseguem regressar aos níveis elevados de cortisol do estádio de resistência, permanecendo nos níveis inferiores de cortisol de fadiga adrenal. Indivíduos que seguem esta padrão normalmente possuem adrenais fortes mas são incapazes ou sem vontade para alterar suas exposições contínuas às situações stressantes. Com o tempo a vida quebra-os, deixando-os menos capazes de resistir ao stress comparativamente à fase anterior que lhe permitia com facilidade superar o stresse. São normalmente indivíduos com muita força de vontade (lutadores) mas que se recusam a mudar ou podem também ser apenas indivíduos que inevitavelmente se vêm confrontados com um conjunto de desafios na vida. É possível que se recuperem desde que alterem o estilo de vida e “curem” os padrões recorrentes nas áreas da sua vida.
PADRÃO #4: trata-se de um padrão de diminuição gradual da resistência ao stresse. Os indivíduos que exibem este padrão experimentam muito stresse ao longo do tempo mas em cada acontecimento o seu nível de recuperação diminui. Tornam-se cada menos capazes de regressar aos níveis elevados ou mesmo normais de cortisol, até que finalmente as suas adrenais ficam tão cansadas que deixam de conseguir lidar com qualquer estímulo diário. Os seus níveis de cortisol podem começar acima do normal mas gradualmente caem abaixo dos valores normais e aí permanecem, a menos que haja um esforço concentrado para ajudar as suas adrenais a se recuperarem.
DESEJO PELO AÇÚCAR:
Cortisol:
Existem razões fisiológicas para que se dê este desejo incontrolável:
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Quando as adrenais estão "cansadas", o output de cortisol está diminuído e por isso possuímos baixos níveis de cortisol circulantes na corrente sanguínea.
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Com baixos níveis de cortisol, o fígado tem mais dificuldade em converter o glicogênio (açúcar sanguíneo armazenado na corrente sanguínea) em glicose (açúcar sanguíneo ativo). A taxa de conversão das gorduras, proteínas e carbohidratos em glicose diminui drasticamente. Estas reservas de energia, controladas pelo cortisol, são críticas para a manutenção de uma taxa normal de açúcar sanguíneo (glicemia), especialmente durante o stresse.
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Para agravar esta situação, os níveis de insulina aumentam durante o stresse, devido a maiores necessidades energéticas por parte das células. A insulina permite a entrada da glicose no interior das células para que esta tenha acesso a uma maior taxa de conversão do ADP (adenosina difosfato) em ATP (adenosina trifosfato). Sem os níveis adequados de cortisol para facilitar a conversão do glicogénio, gorduras e proteínas em novos fornecimentos de glicose, torna-se muito difícil ou mesmo impossível suprir este aumento da necessidade. Tudo isto se combina para produzir baixos níveis de açúcar sanguíneo.
As pessoas com fadiga adrenal estão numa verdadeira encruzilhada
Tipicamente na nossa sociedade, na qual a sobrevivência física não é uma fonte diária usual de stresse, as pessoas lidam com a hipoglicemia relacionada com os sintomas de baixos níveis adrenais como uma faca de dois gumes:
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Comem algo doce com uma xícara de café, uma bebida adocicada ou um bolo. Isto é uma medida de emergência a curto prazo que aumenta temporariamente os açúcares sanguíneos com um impacto quase imediato, aliviando os sintomas de hipoglicemia durante cerca de 45-90 minutos.
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Contudo, esta estratégia é inevitavelmente seguida por uma queda rápida dos valores dos açúcares sanguíneos para níveis mais baixos do que os iniciais. Para o corpo, a hipoglicemia é um agente stressor muito forte, e uma chamada de emergência que implica uma ação rápida como a referida, exige ainda mais das já tão cansadas adrenais.
As pessoas que tratam a hipoglicemia, da forma tratada neste exemplo tão comum, estão constantemente numa montanha-russa diária provocando oscilações errôneas dos valores dos seus açúcares sanguíneos que, ora sobem a pique, para depois caírem vertiginosamente. Esta estratégia não só faz com que os níveis de cortisol e insulina entrem em turbilhão, como também o sistema nervoso e todo o sistema homeodinâmico do organismo.
Assim, ao final do dia, a pessoa pode se sentir praticamente esgotada sem sequer ter feito esforços físicos ou uma atividade que o justifique. Pode inclusive demorar uma tarde inteira ou mesmo um fim de semana para se recuperar desta montanha-russa diária e repetitiva. Por vezes é caracterizada como conduzir com os pés no acelerador e no freio, simultaneamente.
DESEJO PELO SAL:
Aldosterona:
Fadiga adrenal e a ansiedade pelo sal:
Tal como o cortisol, a produção e secreção da aldosterona aumenta ou diminui em resposta à estimulação do córtex adrenal pela ACTH (corticotrofina = hormônio adrenocorticotrófico). Isto significa que os níveis de aldosterona geralmente sobem em situações de stresse. No síndrome da fadiga adrenal, a ânsia por sal é um resultado direto da falta de quantidade adequada de aldosterona.
A aldosterona controla o volume de fluidos, o sódio e potássio no nosso corpo: Quais são os efeitos da Fadiga Adrenal nas concentrações de aldosterona?
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Provoca a diminuição da secreção da aldosterona;
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Que por sua vez desencadeia a diminuição da retenção de sódio (Na+) pelos rins, ou seja, o sódio é removido da circulação sanguínea à medida que passa através dos rins e é excretado na urina.
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Quando o sódio é excretado ele leva a água consigo (Desidratação). Inicialmente dá-se uma perda de volume nos fluidos corporais mas não se torna grave exceto se as condições piorarem. Pequenas flutuações nas concentrações de sódio sanguíneo têm um efeito significativo no volume sanguíneo quando o sódio se encontra depletado.
DESENCADEIA A ÂNSIA PELO SAL
Quando o fornecimento de sódio do sangue não é restabelecido através da ingestão de alimentos ou líquidos que contenham sal, o sódio e a água é puxado (migra), a partir dos tecidos intersticiais para a corrente sanguínea para evitar que os níveis de sódio e água sanguíneos fiquem demasiadamente baixos.
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Se muito sódio e fluido migrar dos fluidos intersticiais para a corrente sanguínea, a pequena quantidade de sódio que resta dentro das células começa a migrar para fora da célula para o tecido intersticial. As células não possuem grandes reservas de sódio porque necessitam de manter uma razão de 15:1 de potássio e sódio.
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À medida que o sódio é puxado da célula, a água segue o sódio que migra para fora deixando a célula desidratada e com deficiência de sódio. os mecanismos fisiológicos continuam e desencadeiam outros processos de adaptação …