HIPÓFISE
A hipófise é uma glândula localizada no crânio que controla a liberação de diversos
hormônios. Doenças da hipófise geralmente se manifestam como tumores, na
grande maioria dos casos benignos, que podem causar disfunções hormonais.
A hipófise é uma pequena glândula localizada no crânio que produz e secreta alguns
hormônios que controlam o bom funcionamento de várias outras glândulas como a
tireóide, os ovários, os testículos e as glândulas suprarrenais e também são
responsáveis pela produção de hormônio do crescimento (GH) e da prolactina
(hormônio responsável pela produção do leite). Doenças da hipófise podem
levar a uma série de alterações hormonais, causando redução da sua função
(hipopituitarismo) ou aumento. Estas doenças podem ser de origem inflamatória, tumoral, traumática ou mesmo genética. Nos casos de lesões tumorais, quase sempre benignas, podem ocorrer sintomas pela compressão de estruturas vizinhas à hipófise no cérebro, como dor de cabeça e alterações visuais.
Excesso de Prolactina (Hiperprolactinemia):
Os tumores que produzem prolactina em excesso (prolactinomas) são os tumores de hipófise mais comuns e podem levar a um aumento da produção de leite pelas mamas fora do período da amamentação (galactorréia), alterações no ciclo menstrual, queixas de alteração na libido e infertilidade nas mulheres. Nos homens as mamas podem se desenvolver e pode ocorrer também galactorréia, mas é mais comum que a doença de manifeste por diminuição da libido, impotência sexual e infertilidade. O diagnóstico é feito pela dosagem da prolactina no sangue. Níveis pouco elevados (<100mg/dl) podem ser causados por situações simples como estresse, depressão ou uso de alguns medicamentos, como os anticoncepcionais. Valores mais elevados indicam a possibilidade de um prolactinoma. Seu tratamento é feito geralmente com medicamentos da família dos agonistas dopaminérgicos e em alguns casos específicos cirurgia da hipófise.
Excesso de Hormônio do Crescimento (Acromegalia):
Os tumores produtores de hormônio do crescimento podem se manifestar com alterações faciais, crescimento das extremidades do corpo (chamada de acromegalia = acro: extremidade; megalia = aumento) levando geralmente a aumento do nÚmero de sapato e anéis, aumento de peso, diabetes, hipertensão arterial, lesões de pele, alterações visuais e dor de cabeça. Quando o problema ocorre na infância ou adolescência pode levar a um quadro de gigantismo. Os pacientes acromegálicos que não recebem tratamento podem viver em média 10 anos menos que a população em geral, devido principalmente a problemas cardíacos, respiratórios, intestinais e diabetes. Por ter uma evolução lenta, geralmente o diagnóstico é feito tardiamente com atraso de 10 anos em média após o aparecimento dos primeiros sintomas. A suspeita de acromegalia baseada no quadro clínico e na aparência física pode ser confirmada pelos exames que medem os valores dos níveis de GH (hormônio do crescimento) e IGF-1 no sangue. Uma vez estabelecido o diagnóstico, a ressonância magnética da hipófise pode ser realizada para detectar a presença de tumores. O tratamento é na maioria dos casos cirúrgico, mas alguns medicamentos podem ser indicados, e mais raramente a radioterapia.
Excesso de ACTH – hormônio corticotrófico (Doença de Cushing):
Os tumores produtores de ACTH (corticotrofina) são tumores geralmente pequenos, microadenomas (tem menos de 1 cm de diâmetro), que estimulam a glândula adrenal a produzir cortisona. Isto provoca um quadro clinico denominado Doença de Cushing, caracterizada por obesidade central, que atinge mais o tronco do que os membros, face arredonda, estrias avermelhadas na pele, principalmente na região do abdome, pressão alta e diabetes. O principal tratamento desta doença é cirúrgico.
Tumores que não secretam hormônios (Clinicamente Não Funcionantes):
Existe um tipo de tumor na hipófise que não produz hormônio, conhecido como tumor não secretor, que são descobertos por comprometer a função normal da glândula, causando redução na sua função (hipopituitarismo) ou por efeito do seu tamanho, causando dor de cabeça e alterações visuais. Podem também ser descobertos acidentalmente, quando por algum motivo é realizada um exame de imagem do crânio como uma ressonância magnética. Em geral o tratamento é cirúrgico. Eventualmente a radioterapia pode ser indicada para os casos mais agressivos ou com re-crescimento após o tratamento inicial.